A descoberta da gravidez coincide (ou deveria coincidir) com a ampliação do vocabulário dos futuros pais. Já para a confirmação da gestação, é solicitado um Beta HCG pelo GO, o qual pergunta a DUM para calcular a DPP. Hããããã?
Siglas e nomes estranhérrimos fazem parte da gravidez, mês a mês, ou melhor, semana a semana. Além de saber apenas os principais “termos gravídicos”, é preciso que todos os envolvidos na maternagem compreendam as transformações do corpo e os procedimentos médicos para que o milagre da vida ocorra.
Se para você baby blues é um estilo musical e lótus é uma planta, sugiro que leia este artigo até o fim.
Os termos que geram dúvidas na gravidez são muitos, mas abordaremos os principais, bem como suas breves definições. Ressaltamos que a abordagem a seguir não pretende acabar com suas dúvidas, ao contrário, pretende instigar você a pesquisar mais sobre o assunto.
Lembre-se de que o maior investimento para a saúde e o desenvolvimento de seu filho não é a compra do carrinho da moda, do jogo de quarto que combina com o kit berço ou de roupas foférrimas. O maior investimento é a informação, somente por meio dela é possível fazer as melhores escolhas para trazer seu filho ao mundo, demonstrando a ele – também por meio dessas escolhas – que a transição entre a vida intra e extrauterina pode ser suave e permeada de amor e acolhimento.
Ah, futuros papais e mamães, lembrem-se ainda de que é durante a gravidez que nos informamos também sobre pós-parto e amamentação.
A
AMINIOCENTESE
Exame invasivo em que uma amostra do líquido amniótico é retirado do útero para diagnosticar doenças genéticas. Não é um exame de rotina, sendo solicitado apenas quando há indicação de problemas. Geralmente, é realizado a partir das 15 semanas de gravidez.
APGAR
Teste simples realizado no primeiro e quinto minuto de vida do recém-nascido. Nesse teste são avaliados frequência cardíaca; respiração; tônus muscular; reflexos; e cor de pele. Com base nesse teste, o bebê recebe uma nota que se refere às suas condições de vida nos primeiros minutos fora do útero. O termo apgar é uma homenagem à médica Virginia Apgar, que desenvolveu o teste em 1952.
APOJADURA
É o termo utilizado para a primeira “descida” do leite, depois do colostro. Varia de mulher para mulher, podendo acontecer no terceiro dia após o parto.
ARÉOLA
Área circular que envolve o mamilo, a qual deve ser abocanhada inteiramente pelo bebê para que ocorra a pega correta da amamentação.
ASSOALHO PÉLVICO
Músculos localizados na região entre as pernas e a barriga. O fortalecimento desses músculos proporciona apoio para órgãos, como bexiga e intestinos, e também fornece suporte ao peso extra da gravidez, auxilia no trabalho de parto e na recuperação do períneo após o parto vaginal.
B
BABY BLUES
Melancolia e tristeza ocasionadas pelas alterações hormonais do pós-parto. Os sintomas são bem mais leves do que na depressão pós-parto, mas merecem atenção. Geralmente, desaparecem entre duas e três semanas após o parto. O termo blues vêm do inglês “blue”, que, além de azul, também significa tristeza.
BEBÊ CEFÁLICO
Posição em que o bebê está de cabeça para baixo; é a posição ideal para o parto vaginal.
BEBÊ PÉLVICO
Posição em que o bebê está com a cabeça para cima.
BLW
Baby-led weaning (desmame guiado pelo bebê) método que consiste em oferecer a comida em pedaços e permite ao bebê maior autonomia.
BETA HCG
Consiste no hormônio produzido exclusivamente na gravidez – a gonadotrofina coriônica humana (HCG), que é fundamental para a gestação. A presença desse hormônio pode ser detectada na urina ou no sangue, comprovando a gravidez.
C
COLOSTRO
“Primeiro leite” produzido pelas mamas ainda durante a gestação. Líquido precioso para a imunidade do bebê.
COTO UMBILICAL
O coto umbilical é o pedaço que restou do cordão umbilical. Quando o bebê nasce, o cordão umbilical é cortado, o que não ocasiona dor ao bebê ou à mãe, e um pedacinho entre 2 cm e 3 cm fica grudado à barriga do bebê. Após a primeira semana de vida, aproximadamente, o coto seca e cai.
D
DOULA
Mulher que dá suporte físico e emocional a outra mulher antes, durante e após o parto. Doula não é parteira!
DPP
Abreviatura para “data provável do parto” ou “depressão pós-parto”.
DUM
Abreviatura para “data da última menstruação”.
E
EO
Abreviatura para “enfermeira obstetra”.
EPISIOTOMIA
Pequeno corte no períneo feito para ampliar o canal de parto e facilitar (ou apressar?) a saída do bebê durante o parto vaginal.
F
FÓRCEPS
Instrumento cirúrgico em forma de pinça que se encaixa na cabeça do bebê e auxilia na sua retirada no parto. Deve (deveria!) ser usado somente em casos de emergência ou de sofrimento fetal.
G
GBS
Também conhecido como “exame do cotonete”, é realizado entre 35 e 37 semanas de gravidez para avaliar a presença da bactéria Estreptococo B (Streptococcus agalactiae), um tipo micro-organismo que, com frequência, é encontrado no intestino das pessoas. No entanto, essa bactéria pode acabar também “colonizando” a vagina e, assim, contaminar o bebê durante o parto. Em caso de resultado positivo para a mãe, comumente, é ministrado um antibiótico na veia da gestante antes do parto.
GO
Abreviatura para “ginecologista obstetra”.
H
HIPERÊMESE GRAVÍDICA
Significa, literalmente, “vômito em excesso na gravidez” e ocorre principalmente nos três primeiros meses de gestação.
I
IA
Abreviatura para “introdução alimentar”.
ICTERÍCIA NEONATAL
Doença comum entre os recém-nascidos, a qual é causada, principalmente, pelo excesso de bilirrubina no sangue, deixando os olhos e a pele dos bebês amarelados. Em alguns casos, os bebês precisam ser tratados com fototerapia, popularmente conhecida como banho de luz.
L
LA
Abreviatura para “líquido amniótico”.
Abreviatura para “leite artificial”.
LANUGEM
Penugem que recobre o corpo do bebê e é perdida conforme ele se desenvolve.
LM
Abreviatura para “licença-maternidade” ou “leite materno”.
M
MECÔNIO
É o cocô verde que o bebê faz nos primeiros dias de vida, e, por vezes, ainda na barriga da mãe. A presença de mecônio no líquido amniótico pode significar sofrimento fetal, por isso é importante monitorar o bem-estar do bebê. Presença de mecônio não é implica cesárea, por isso cabe conversar sobre esse assunto com o obstetra ainda nas consultas de acompanhamento.
MELASMAS
Manchas na pele que podem surgir na mulher durante a gravidez.
N
NITRATO DE PRATA
Composição de colírio utilizado para prevenção de infecções nos olhos dos recém-nascidos. A utilização desse remédio desperta discussão, uma vez que os riscos de contágio se referem ao parto vaginal e a substância é aplicada inclusive em caso de cesáreas. No Brasil, o procedimento é padrão e previsto em lei, ou seja, todos os bebês são expostos a tal prática. No entanto, os pais têm direito de recusar o procedimento desde que assinem um termo de responsabilidade.
O
OCITOCINA
Popularmente conhecido como “hormônio do amor”, é produzido durante o trabalho de parto e auxilia na contração do útero. Após o parto, sua produção estimula a liberação do leite materno, a contração e a recuperação do útero. Existe a ocitocina sintética, o famoso sorinho, usado comumente para acelerar o trabalho de parto.
ORDENHA
Ato de extrair o leite, podendo ser realizado de maneira manual ou mecânica. É importante se informar sobre os procedimentos de higiene, técnicas de ordenha e de congelamento do leite materno.
P
PARTO LÓTUS
Parto que mantém, por alguns dias após o nascimento, a placenta ligada ao bebê. Essa ligação acontece por meio do cordão umbilical e é preservada até que ele se desligue, naturalmente.
PERIDURAL
Tipo de anestesia aplicada na região lombar para diminuir a sensação de dor, sem prejudicar a sensibilidade. Essa anestesia pode ser aplicada durante o parto vaginal, não prejudicando a sensação da contração e permitindo, assim, que a mãe participe ativamente de todo o parto.
PERÍNEO
Grupo muscular localizado na base da pelve; na mulher, liga a vulva e o ânus.
PICAMALÁCIA
Termo que designa o desejo das grávidas de comer elementos estranhos (como terra, areia, tijolo, etc.). Quando ocorre esse tipo de desejo, é preciso consultar o obstetra para uma avaliação, pois a ingestão de algumas substâncias pode ser prejudicial à saúde da grávida e à do bebê.
PUERPÉRIO
Entre a expulsão da placenta e 6 a 8 semanas após o parto, o corpo da mulher sofre uma série de modificações para retornar ao estado pré-gravidez, o puerpério.
Q
QUELÓIDE
Cicatriz saliente, endurecida, que pode ocorrer tanto nos pontos da cesárea, quanto nos do parto vaginal.
R
RN
Abreviatura para “recém-nascido”.
S
SEXAGEM FETAL
Exame de sangue, não invasivo, que pode identificar o sexo do bebê a partir da 8ª semana de gestação.
SLING
Pedaço de tecido que é usado para carregar o bebê. Existem diferentes amarrações ergonômicas que permitem que o bebê fique mais próximo do corpo da mãe (ou de outro adulto) e, consequentemente, permaneça mais aquecido, reforçando o vínculo afetivo, a comunicação e, até mesmo, amenizando as cólicas do bebê.
T
TRANSLUCÊNCIA NUCAL
Exame realizado entre a 11ª e 14ª semana de gestação durante o ultrassom. Avalia as probabilidades de o feto ter síndrome de down e outras anomalias cromossômicas, além de problemas cardíacos.
U
ULTRASSOM MORFOLÓGICO
Trata-se de um dos exames mais importantes da gravidez, visto que objetiva avaliar detalhadamente o desenvolvimento do bebê, inclusive de seus órgãos internos. É realizado um ultrassom morfológico no 1.º trimestre (entre 11 e 14 semanas de gestação, o mesmo exame que mede a translucência nucal) e outro no 2.º trimestre (entre 20 e 24 semanas de gravidez).
US
Abreviatura para ultrassonografia.
V
VÉRNIX
Material gorduroso e branco encontrado sobre a pele do recém-nascido. O vérnix protege a pele sensível do bebê, sendo formado pelo acúmulo de secreção das glândulas sebáceas e também por células epiteliais e lanugem. Não se trata de sujeira; por essa razão, muitos especialistas orientam que o vérnix não seja retirado imediatamente.
